Fui apresentada à sopa paraguaia por um certo cowboy, durante o BBB 12. Nessa época, eu achava que a iguaria se tratava de um caldo típico do Paraguai, que teve sua receita absorvida pela região de fronteira do Brasil com aquele país.
Quando ele saiu do BBB e sugeriu comer sopa paraguaia na Semana Santa, percebi uma certa ironia, que eu não gostei, por parte do pessoal do UOLBBB. Resolvi, então, pesquisar a receita na internet e respondi a eles, pelo twitter, que o prato me parecia ser uma espécie de suflê de milho. Fiquei satisfeita com a minha intervenção porque me pareceu que, como “suflê”, a sopa tinha conquistado maior respeito da parte do povo do UOL.
Só em Aral Moreira é que descobri que a sopa paraguaia era um bolo de milho salgado, muito apreciado no estado do Mato Grosso do Sul e não apenas na região de fronteira. E, esses dias, também descobri que Ana Maria Braga intuiu certo, quando imaginou que a receita da iguaria foi criada a partir de um erro culinário.
Don Carlos Antonio López |
Dizem os historiadores paraguaios que Don Carlos Antonio López, presidente daquele país entre os anos de 1841 e 1862, adorava tykueti, uma sopa cremosa feita à base de leite, ovos, queijo e farinha de milho. Gostava tanto da iguaria que ela não podia faltar na sua mesa.
Certo dia, a cozinheira, por um descuido, colocou mais farinha de milho do que recomendava a receita. E como não tinha mais tempo de refazer a sopa, ou substituí-la por outro prato, decidiu despejar a mistura num recipiente de ferro e colocar no forno.
No momento de servir, a cozinheira, com medo de ser repreendida e do prato não agradar, preferiu contar o ocorrido. Só que, em vez de uma bronca, ela ganhou vários elogios, pois o presidente adorou o bolo salgado e, com humor, decidiu batizá-lo de “sopa paraguaia”.
Se, por um lado, Ana Maria Braga intuiu bem a história do prato típico, ela, na minha opinião, não escolheu tão bem a receita (clique aqui para acessá-la) a ser passada para o público. Estou longe de ser grande conhecedora de sopa paraguaia, mas, pra mim, tá faltando cebola e queijo na receita.
Da primeira vez que comi a sopa tão comentada e adorada por Fael, o sabor da cebola douradinha misturada ao milho se sobressaiu de imediato. De forma que, minha memória gustativa reclamou na mesma hora que li a receita.
Desde que voltei do Mato Grosso do Sul, passei a fazer sopa paraguaia em casa, sempre. Virei mesmo freguesa da iguaria. Além de ser muito gostosa, é bem rápida e prática de fazer. Os ingredientes são simples, básicos, daqueles que a gente costuma ter em casa.
A receita que faço é bem parecida com essa da Ana Maria Braga, com a diferença que coloco muito mais cebola (duas de bom tamanho, cortadas bem fininhas). Além disso, minha receita tem três ovos e menos leite (uns 500 ou 600 ml), porque a farinha de milho tem tendência a deixar os assados esfarelentos. Acho que um ovo a mais ajuda a dar liga.
Na minha experiência empírica com a sopa paraguaia, ainda percebi que o queijo (costumo usar unmas 150 ou 200 g de prato ou muçarela) também tem papel importantíssimo na liga. Por isso, é fundamental colocá-lo quando a massa ainda está bem quente, para que ele se derreta e se incorpore a ela.
E então? Alguém tem alguma dica diferente a dar sobre sopa paraguaia? E quem nunca comeu. se habilita em fazê-la?
Receita de sopa paraguaia da Ana Maria Braga
Um dia ainda faço em casa e te conto... Devo gostar porque gosto de suflê de milho, de creme de milho... Só prefiro que não seja de lata, que seja da espiga mesmo...Gostei de todo o histórico sobre o prato.
ResponderExcluirNeli Souza